sexta-feira, 7 de junho de 2013

Viver



Homogênea é massa de bolo, gente é instável, múltipla, adaptável, inconstante.
A vida não possui ingredientes definidos, são nossos sonhos e desejos que nos condicionam a comportamentos certos e errados que são julgados pela nossa própria razão.
A receita universal está fora do padrão, hoje, cada qual, cria sua definição e a tal felicidade que todos buscam se torna cada vez mais distante, pois na ânsia de se aproximar muitos a perdem de vista, pois se espelham em retratos de revista que, sem cheiro ou pulsação, mexem com nossa emoção e nos faz acreditar em mais ilusão.
Um homem bom muitas vezes age com firmeza e há quem diga, ele não tem coração.
Uma mulher decente pode ser doce e cruel, na medida certa, depende com quem está lindando, é vitima ou réu?
O amor é uma questão de impossibilidade, somos jogados na selva em busca de amor, mas não se sabe ao menos sua forma ou sua cor, e entre encontros e desencontros vamos tecendo histórias de ilusão, dor, felicidade e esplendor. O impossível de tão inatingível se torna uma missão, enquanto o que é palpável, viável, torna-se apenas um objeto decorador.
Há os que buscam as coisas simples, e há os que se escondem atrás de suntuosas coisas. E tudo é necessário, faz parte do jogo.
A vida passa tão depressa que não dá tempo de concluir, pois de tanto mudar de ideia somos levados de cá pra lá, entre altos e baixos, certezas absolutas convergem em duvidas resolutas e quando vemos, evoluímos, para algo além de nós mesmos.
Cada qual com sua formula, do amor, da felicidade, da lucidez, do equilíbrio e da insensatez.
Existem os que concordam e os que chacoteiam de teorias e historias, mas há se admitir que, todo homem em construção muda de ideia, vira a mesa e começa e novo. Mesmo seguindo caminhos já percorridos a sensação, a emoção que o move é sempre inédita.
Não vejo vantagem no roteiro e tão pouco no desordeiro. Eu busco para mim algo que todos também estão a fim, o equilíbrio entre a duvida e a conclusão. O espaço exato entre a razão e a emoção. A coragem regrada ao caráter, a fé intrínseca em minhas devoções, paixões e realizações.
E por ora eu só desejo que minha insaciável confusão não se clareie, tenho medo de ficar retida em velhos paradigmas, a vida é cheia de novidade para que eu me apegue ao obsoleto. Um dia quando for eu apenas esqueleto eu sossego! Ai sim, com tempo, eu interpreto a vida e as coisas que me moveram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário