quarta-feira, 2 de maio de 2012

Pedro e Gina / I






---Oi, posso me sentar aqui?

---Desculpe, mas esse lugar está reservado para o meu grande amor.

---E qual é o problema com você, porque não me reconhece?

Ambos sorriram um para o outro, ele se sentou ao lado dela e preencheu de tal forma aquela lacuna que ela não se deu conta que o seu grande amor estava atrasando, atrasado, muito atrasado.

O sorvete dele respingou no suéter dela.

---Que grande bobalhão é você--- Nem ao menos um sorvete domina sem se derreter.

O sol se pôs, as flores voavam para perto do banco preenchido por corações já preenchidos.
Eles brincavam com as folhas secas, o palito do sorvete dele virou giz no chão de terra que servia de testemunha do registro de nascimento. Nascimento do maior amor do mundo.
A lua grande e prateada não apenas iluminava, mas também anunciava que o amor chegou.
Ela se calou, ele pestanejou, levantou e disse: --- Grande decepção seu amor não veio e feriu seu coração.
---Qual é o seu problema, porque não mais se reconhece?

(e assim teve início a história de Pedro e Gina, que sentam nesse mesmo banco há 40 anos).

Para quem leu: Eu te beijo.

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